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1 / 1Introdu��o

O esporte como potencializador das performances humanas

O Esporte de alto n�vel � hoje um dos maiores fen�menos sociais, pois consegue agir direta ou indiretamente$5 minimum deposit online casinotodos os segmentos sociais, sejam eles de ordem econ�mica, educacional, cient�fica, entre outras.

Mas o que na concep��o do Bar�o de Coubertin deveria agir como um meio civilizador da humanidade, tendo como ponto importante � competi��o, e n�o a vit�ria passa a ser, contemporaneamente, um ato que revela um fim$5 minimum deposit online casinoseu pr�prio cerne.

Este esporte, em$5 minimum deposit online casinomodernidade, acaba por trazer uma discuss�o que a muito se � explorado: o individuo e seu corpo.

Quando h� mil�nios, na hist�ria de diversas civiliza��es, come�a a surgir questionamentos: de onde vem o ser humano e, mais, de onde vem o corpo humano? E a mitologia grega respondendo: da terra, o homem n�o aceita, e passa a investigar por olhos da ci�ncia.

� neste momento que a hist�ria corporal come�a a ser escrita, e o corpo humano torna-se v�tima preferencial da civiliza��o.

Ao corpo, � preciso dar-lhe um pouco menos que o necess�rio.Se n�o, atrai�oa.

Diz ao teu corpo: prefiro ter um escravo a ser escravo teu (Josemar�a Escriv�).

A valoriza��o do "saber" faz com que o corpo comece a ser cada vez mais estudado, e todo conhecimento produzido passa a ser utilizado para melhor controle deste, tornando-se este objeto, e criando assim uma nova rela��o, e concep��o de "poder" que nada tem a ver com aquele poder estatal ou governamental.

Mas sim aquele poder, constantemente existente$5 minimum deposit online casinonossa vida di�ria, onde aqueles que sabem dominam os que n�o sabem.

"Os estudos Foucault mostram a origem desses mecanismos cotidianos de poder.

Nos s�culos XVII e XVIII, junto com a apari��o da arte do corpo humano, do estudo da anatomia, houve a descoberta do corpo como objeto transform�vel$5 minimum deposit online casinoefici�ncia e alvo do controle.

� o que ele chamou de momento das disciplinas.

Desde ent�o tem-se apenas variado as t�cnicas de submiss�o e controle: nas pris�es, hosp�cios, quart�is, escolas, etc.

� a tecnologia da disciplina, fabricando os corpos de homens e mulheres submissos".

E � nesta id�ia de corpo vit�ma, alheio ao pr�prio indiv�duo, somado aos avan�os tecnol�gicos que concebem a nova realidade esportiva, favorecendo o surgimento de novas performances que debru�o a id�ia contr�ria de que esporte � sa�de.

A sociedade moderna segue um curso de sele��o do mais forte e mais h�bil, e � neste caminho de valoriza��o da vit�ria que o esporte-rendimento vem calcando seus princ�pios, j� que para o esportista a vit�ria � seu principal objetivo.

Como conseq��ncias desta nova ideologia esportiva, temos um treinamento adaptado a esta realidade da alta performance, que acaba por submeter o corpo do atleta a um processo paulatino de sacrif�cios, resultando$5 minimum deposit online casinocorpos mo�dos e sofridos, no qual,$5 minimum deposit online casinoalgum momento de vida do atleta ser� reclamado por ele.

Torna-se evidente que neste processo o atleta passa a estar submisso a riscos constantes, como o que aconteceu com o atleta norte-americano, Llewellyn Starks,$5 minimum deposit online casino1992,$5 minimum deposit online casinoprova de Salto triplo$5 minimum deposit online casinoNova York, que ao realizar a segunda passada1, viu$5 minimum deposit online casinot�bia da perna direita partir, tendo uma fratura exposta, ocasionada por anos de treinamentos repetitivos que visavam � realiza��o de uma t�cnica perfeita.

� nesta busca do melhor movimento, e da potencializa��o do desempenho humano, que o atleta deixa de ser "homem"2, e passa a ser visto como m�quina onde suas engrenagens ser�o ajustadas$5 minimum deposit online casinonome da performance.

Transformando-o$5 minimum deposit online casinoum ser dual: corpo e mente, e seu corpo um mero instrumento na busca de resultados.

E como m�quina passa a ser facilmente substitu�do$5 minimum deposit online casinocaso de desgaste.

O atleta por$5 minimum deposit online casinovez absorve esta concep��o de dualidade corporal, sendo esta uma id�ia dominante e respons�vel por faz�-lo esquecer de suas caracter�sticas fisiol�gicas quanto a ser humano.

A exemplo disto vimos muitos atletas de elite relatar que "n�o existe atleta sem dor", e a dor nada mais � do que uma resposta do corpo de que algo n�o vai bem, ou esta$5 minimum deposit online casinoexagero.

Assim fica claro que nos treinamentos os atletas est�o o tempo todo$5 minimum deposit online casinoseu limite fisiol�gico.

"Quem realizar exerc�cios f�sicos para melhorar ou manter$5 minimum deposit online casinosa�de n�o deveria sentir dores ou sensa��o de mal estar.

Atletas sim, pois, precisam chegar aos seus limites fisiol�gicos" Loir Carlos da Costa - P�s-graduado$5 minimum deposit online casinoFisiologia do Exerc�cio na UFPR.

Aqui a dor, passa a ser como o corpo, algo a mais a ser dominado e controlado, sendo um obst�culo a mais a ser superado, e nunca um entrave na busca do melhor resultado.

Parecendo existir, segundo Adorno apud Vaz (2001) um aspecto masoquista de culto ao sofrimento.

E parece realmente que � isso que vem a acontecer.

No pain, no Gain3, esta � a resposta apontada por diversos atletas$5 minimum deposit online casinouma pesquisa realizada com atletas de resist�ncia, sendo a dor parte importante para se obter sucesso em$5 minimum deposit online casinomodalidade4.

Sem contar que o vis�vel sofrimento destes atletas, que acabam por ir al�m de seus limites, � comemorado como uma vit�ria, e laureado na mesma intensidade daquele atleta talentoso.

Entrando na hist�ria e perfilando a galeria de grandes nomes do esporte mundial.

Como a exemplo do que aconteceu com a Su��a Gabriele Andersen nas olimp�adas de 1984,$5 minimum deposit online casinoLos Angeles, onde$5 minimum deposit online casinototal esgotamento f�sico, recusa ajuda, no prop�sito de alcan�ar a linha de chegada, e assim o faz$5 minimum deposit online casinopassos cambaleantes, onde desaba ao cruzar a linha de chegada.

Foi a ultima maratonista a cruzar a linha de chegada, mas foi eternizada pelo seu feito, sendo lembrada at� mesmo mais que a vencedora daquela prova,$5 minimum deposit online casinoconseq��ncia de diversos discursos inflamados a respeito de seu feito:

"Discipline-se para saborear muitas vit�rias..."."...

Ir at� o final, mesmo que as dores do corpo parecem dizer que n�o conseguiremos chegar, isso se chama disciplina, isto � supera��o" - radialista, sobre a su��a Gabriele Andersen" 5.

O Esporte de alta performance ent�o acaba por derrubar a id�ia de que este esporte, que busca a supera��o � sa�de, nele parecem tratar o corpo como uma crian�a que se diverte com um brinquedo: de tanto manuse�-lo com for�a e curiosidade, acaba por quebr�-lo, (Melo, 2001: 125).

Deve ficar claro, que todos os exemplos citados, embora choquem,$5 minimum deposit online casinomomento algum deve ser usado para afastar os atletas, ou novos praticantes do esporte, deve-se sim buscar redirecionar os atuais conceitos acerca desta competi��o desenfreada.

Resgatando aquela atividade que o antecede, ou seja, o jogo.

Talvez seja uma id�ia ing�nua e ultrapassada, como aquela que diz: "o importante � competir e n�o vencer", mas lembre-se no imagin�rio social esta plantando o discurso de um sistema capitalista, que a cada dia constr�i um abismo entre camadas sociais.

Conclus�o

No esporte de auto-rendimento a id�ia do individualismo, assim como a busca por vit�ria acaba por transformar o indiv�duo de seu contexto$5 minimum deposit online casinom�quina, pronta para ser potencializada, esquecendo-se que este � um ser humano, e muitas vezes inconsciente de todo este processo transformador de seu estado fisiol�gico, que pensando$5 minimum deposit online casinorealizar feitos "her�icos6" apenas acelera$5 minimum deposit online casinodegenera��o f�sica, treinando o corpo, acelerando a morte (Vaz, 2001).