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Esportes no �mbito escolar

Esportes no �mbito escolar:transforma��es, did�ticas e pedag�gicas

Moacir Pereira Junior

Os esportes, atualmente, s�o vistos como uma fonte essencial na forma��o

humana, por�m � preciso saber introduzi-los na escola de uma forma que alcancem

os objetivos tra�ados pelo professor.

Um esporte n�o necessariamente precisa ser tematizado com vistas ao rendimento,

mas, sim, com a inten��o de desenvolver compet�ncias imprescind�veis

na forma��o de sujeitos livres.

� realizado predominantemente de forma cada

vez mais normatizada e padronizada, visando atender ao rendimento cobrado

pelas sociedades industriais.

� v�lido lembrar que a Educa��o F�sica � uma disciplina curricular

obrigat�ria, por isso se vai � aula para aprender, en�o para treinar.

Muitas vezes, o contexto no qual a escola

est� inserida n�o � levado$5 minimum deposit online casinoconsidera��o nas aulas deEduca��o F�sica.

Ser�o tratadas como foco principal, nesta pesquisa, as quest�es

do esporte de alto rendimento, bem como suas possibilidades

de transforma��o did�tico-pedag�gica.

Entende-se que, atrav�s da transforma��o did�tico-pedag�gica

do esporte, o aluno pode ter uma melhor organiza��o da realidade

da modalidade$5 minimum deposit online casinoquest�o e proporcionar viv�ncias

que n�o se restrinjam apenas � mecaniza��o dos movimentos.

O objetivo a ser alcan�ado por essa transforma��o � de que

o aluno possa ter uma forma��o humana, aprenda valores

dentro da aula de Educa��o F�sica, como coopera��o, coletividade,

confian�a, determina��o, prazer pela atividade f�sica,

ou seja, valores que contribuem para$5 minimum deposit online casinoforma��o humana.

Por fim, � de suma import�ncia destacar que, na Educa��o

F�sica escolar,$5 minimum deposit online casinoespecial nos anos iniciais do Ensino Fundamental,

� essencial trabalhar as quest�es afetivas, cognitivas,

sociais, entre outras.

Atrav�s da transforma��o did�tico-

pedag�gica do esporte, podem-se alcan�ar os objetivos

citados acima nas aulas de Educa��o F�sica.

O "movimentar-se humano"

� importante que a Educa��o F�sica escolar tenha considera��o

pelas experi�ncias anteriores da crian�a e tamb�m pelas

experi�ncias fora do contexto escolar,$5 minimum deposit online casinoespecial ao mundo

de movimentos, como elemento facilitador na rela��o

professor-aluno, assim como na metodologia de ensino.

Entende-se que o movimentar-se humano � uma inerente necessidade

que estabelece uma conex�o com o mundo$5 minimum deposit online casinoquevivemos.

O movimento � sempre uma conduta para algo.De

acordo com Kunz e Trebels (2006), o movimento humano,

como um "movimentar-se", � um fen�meno relacional de

"ser humano-mundo" e concretiza-se, sempre, como umaesp�cie de di�logo.

A explora��o e o desenvolvimento desse

di�logo abrem horizontes impressionantes para crian�as

e jovens, na viv�ncia de rela��es n�o apenas profissionais,

mas especialmente afetivas e emocionais e de sensibilidade

com a natureza e a cultura.

Nessa perspectiva, o movimentar-se � entendido como uma

forma de comunica��o, que cont�m e constr�i cultura; deve

ser entendido e estudado como uma complexa estrutura

composta de contextos e processos sociais, hist�ricos, filos�ficose antropol�gicos.

O ser humano � composto de uma

cultura, de seus contextos social e hist�rico, e esses contextos

fazem parte direta do seu movimento, do seu "eu-mundo".

Outra proposta da import�ncia do movimento humano seria

na vari�vel de um "conhecimento de si".Esse "conhecimento

de si" � quebrado atrav�s dos movimentos feitos de forma

sistem�tica e t�cnica, das atitudes e dos comportamentos, o

que torna a crian�a inapta a desenvolver o "quem sou eu?".

Um exemplo claro da permiss�o do "conhecimento de si",

das possibilidades de integrar os valores atrav�s do movimento,

segundo Betti (1992), � que n�o basta apenas correr

em volta da quadra, e sim entender o porqu� de estar correndo,

o que se pode aprender atrav�s do correr, como mensurar

a frequ�ncia card�aca, que recomenda��es s�o feitas

em rela��o � dura��o e � intensidade da corrida, a rela��o

da hidrata��o com o exerc�cio, entre muitos outros aspectos

que podem ser trabalhados.

Portanto, Santos (2003) ressalta que ensinar os movimentos

corporais aos alunos � muito mais do que apresentar uma

t�cnica correta de execu��o.

� preciso transcender o movimento

para al�m da t�cnica, para alcan�ar o encontro do

aluno com seu pr�prio corpo.

Em todas as culturas, podem ser encontradas as mais diferentes

express�es de dan�as, jogos, competi��es, brincadeiras,

teatros movimentados.

Essas manifesta��es e express�es

culturais se d�o pela conduta e pelo sentido do

movimento humano e devem ser trazidas para dentro da

aula de Educa��o F�sica.

A tarefa da Educa��o F�sica � tornar o aluno um ser praticante,

l�dico e ativo, que incorpore o esporte e os demais

componentes da Educa��o F�sica em$5 minimum deposit online casinovida, levando-o,

assim, a descobrir motivos nas suas pr�ticas.Al�m disso, a

Educa��o F�sica deve assumir a responsabilidade de formar

um cidad�o cr�tico e emancipado diante de novas formas

de movimentos corporais.

Como componente curricular,

deve integrar e introduzir o aluno nas mais diversas possibilidades

de movimentos e explora��o corporal, para que o

aluno possa usufruir dos jogos, das atividades r�tmicas, da

gin�stica, das demais vertentes da �rea da Educa��o F�sica,

resultando$5 minimum deposit online casinobenef�cios � qualidade de vida.

O esporte de alto rendimento na escola

O conceito de esporte, muitas vezes, � interpretado na vis�o

de treinamento, competi��o, rendimentos e performances.

Esse conceito se refor�a atrav�s dos meios de comunica��o,

que colocam o esporte como mercadoria, como espet�culo.

A preocupa��o com a quest�o pedag�gica do esporte na escola

� que,$5 minimum deposit online casinocertos momentos, � posta de lado, quando,

na realidade, � necess�rio um incentivo � pr�tica prazerosa

da inicia��o esportiva.

O que mais interessa aqui, na proposta

de Kunz (1998), � a rela��o do tratamento dado ao conte�do

do esporte como um conhecimento pedagogicamente

transmitido nas escolas pela Educa��o F�sica.

Segundo o autor, o esporte, que � tratado com vistas ao

rendimento dentro do �mbito escolar, acarreta uma s�rie

de problemas, como: forma��o escolar deficiente; a unilateraliza��o

de um desenvolvimento que deveria ser plural;

reduzida participa��o$5 minimum deposit online casinoatividades, brincadeiras e jogos do

mundo infantil, que s�o indispens�veis para o desenvolvimento

da personalidade na inf�ncia.

Bracht (2000) complementa afirmando que, no esporte de

alto rendimento, as a��es s�o julgadas pura e simplesmente

pelos resultados finais, pela derrota e pela vit�ria, pelo

m�ximo e pelo m�nimo; tudo � medido por resultados como

objetivos a serem alcan�ados.

A pr�tica e o processo que

levam a esses resultados n�o assumem import�ncia significativapara o sistema.

Mesmo assim, � evidente que existem fatores positivos do

esporte dentro do �mbito escolar, todavia � necess�rio salientar

que o esporte tratado dentro da escola n�o deve visar

o rendimento e os resultados, deve evidenciar o car�ter l�dico

e prazeroso com o intuito de desenvolver caracter�sticasde forma��o humana.

Os aspectos positivos para quem leva o esporte de maneira

saud�vel e coerente s�o, de acordo com Kunz (1998): estimula��o

do desenvolvimento corporal, ps�quico e social; valoriza��o

das capacidades individuais de imagem e concep��o de

vida; viv�ncias coletivas e atua��es sociais; e amplia��o de

viv�ncias e experi�ncias enquanto atividades de tempo livre.

� fato que, atrav�s do esporte, muitas virtudes podem ser

trabalhadas, e, consequentemente, diversos objetivos podemser alcan�ados.

E, sabendo-se dessas repercuss�es, diversas

quest�es do cotidiano social dos indiv�duos podem

ser trazidas para a escola e pedagogicamente trabalhadas de

forma a serem compreendidas e proporcionarem maneiras

de as crian�as atuarem nesta sociedade.

Transforma��o did�tico-pedag�gica dos esportes

Os esportes transformados did�tico-pedagogicamente podem

possibilitar ao aluno uma compreens�o ampla destes,

ensinando, durante as aulas, valores que v�o al�m de simples

movimentos mec�nicos, para que, no futuro, o aluno se

torne um praticante por prazer e espontaneidade.As atividades

dos alunos ficam condicionadas aos fatores materiais

e �s suas precondi��es f�sico-esportivas.Portanto, � esse

esporte, com vistas ao rendimento e � competi��o, que se

pretende ensinar para os alunos? Ser� que as brincadeiras

infantis, os jogos, as dan�as tradicionais n�o poderiam serum tipo de esporte?

O esporte n�o tem como objetivo somente a forma��o de

caracter�sticas t�cnicas, mec�nicas; tem sentido na forma��o

do homem que se movimenta, o homem que tem

a necessidade de relacionar-se com o mundo �$5 minimum deposit online casinovolta,

constitu�do de vida, e n�o um ser abstrato, possuidor de

uma hist�ria, de uma classe social ou de uma condi��o psicol�gica.

Dessa forma, Kunz (1998) afirma que o esporte tem

um compromisso educacional, um papel de encena��o, ele

pode ser encenado$5 minimum deposit online casinoqualquer lugar, a qualquer momento.

E sempre que o esporte � encenado, independentemente do

motivo, possui um car�ter educacional.

Toma-se, ent�o, o foco central da discuss�o do esporte, que� a competi��o.

Em outras palavras, os alunos s�o preparados

para vencer, para competir, sob qualquer circunst�ncia.

Dessa forma, o esporte � aplicado com preocupa��es

acerca dos gestos t�cnicos, busca-se a m�xima perfei��o da

execu��o de todos os movimentos para formar um futuroaluno-atleta.

Assim, entende-se que o esporte, como conte�do escolar,

pode possibilitar muito mais que apenas ensinamentos t�cnicos:

ele pode educar; pode proporcionar, ao aluno que pratica,

uma reflex�o das possibilidades existentes de encarar o esporte

e pratic�-lo de acordo com suas necessidades e vontades.

Aquele aluno que aprende o esporte de forma cr�tica e reflexiva

estar� pronto para se organizar, respeitar as regras

preexistentes de cada esporte, por�m estar� carregado de

inten��es positivas para as suas pr�ticas, sendo flex�vel a

mudan�as, com o intuito de que o sucesso atrav�s da pr�tica

esportiva esteja ao alcance de todos os seus companheirose advers�rios.

Nas aulas de Educa��o F�sica, seria poss�vel transformar os

esportes$5 minimum deposit online casinojogos, brincadeiras,$5 minimum deposit online casinoque, especialmente,

prevale�a o l�dico, para que o aluno possa, atrav�s de ativi

dades de esportes transformados did�tico-pedagogicamente,

aprender n�o s� o movimento$5 minimum deposit online casinosi, mas, sim, todos os

valores que possam estar inseridos nele, como coopera��o,

coletividade, respeito, entre outros.

Considera��es finais e indica��es pedag�gicas

Ao realizar este estudo, afirmo que a Educa��o F�sica, como

poucos acreditam, tem a tarefa de promover um ser humanomais completo.

Esse completo que ressalto � aquele ser

humano que n�o somente est� apto a desenvolver qualidades

t�cnicas e mec�nicas, mas, sim, qualidades cognitivase afetivas.

Entretanto, para essa forma��o - que chamei de forma��o

completa do ser humano -, � necess�rio conscientizar as pessoas

da import�ncia do movimentar-se humano.Ent�o, o

esporte tratado na escola como c�pia irrefletida do esporte

formal e de alto rendimento � apenas uma reprodu��o daquilo

que j� existe na sociedade e um fator que rompe o

poder de criatividade e de reflex�o dos alunos.

O esporte deve ter uma proposta did�tico-pedag�gica que

seja transformada para que os alunos possam vivenciar a

maior quantidade de movimentos poss�veis de$5 minimum deposit online casinocultura

de movimento, explorando ao m�ximo as caracter�sticas de

tudo que possa envolver uma aula de Educa��o F�sica, como

contextos social e hist�rico dos alunos, contexto da escola

em si, entre outros.

Outro ponto de destaque � a import�ncia da Educa��o F�sica

para a institui��o escolar.

Atrav�s dela, outras disciplinas

e o pr�prio contexto escolar poder�o ser trabalhados

nas aulas, como Geografia, Hist�ria, Ci�ncias, Matem�tica,

L�ngua Portuguesa e L�ngua Estrangeira; enfim, atrav�s dos

movimentos, dos jogos, das brincadeiras e dos esportes, h�

a possibilidade de trabalhar tudo isso numa aula.

Por fim, a Educa��o F�sica j� conquistou muitos espa�os

dentro da escola, todavia ainda h� muito o que mudar e

crescer, e isso s� ser� poss�vel se o profissional de Educa��o

F�sica tiver uma forma��o voltada para o ensino de "forma��o

humana integral" dos seus alunos, para que eles se

tornem seres humanos l�dicos e ativos e para que suas atividades

futuras sejam prazerosas e alegres.